Os dez mandamentos

Vou falar sobre algo que anda me incomodando, os dez mandamentos. Porque me incomoda? Uma dúvida. Porque é que são dez? Não precisa ser dez. Penso que a lista de mandamentos foi propositalmente e artificialmente inflada para chegar a dez, é uma lista forçada. Veja o que fizeram: Há cerca de cinco mil anos atrás, uma cambada de vigaristas do meio "político-religioso" reuniram-se para encontrar uma forma de controlar as pessoas e mantê-los na linha. Como eles lidavam com uma cambada de caboclos primitivos e estúpidos, sabiam que acreditariam em qualquer coisa que lhes dissessem. Então, eles anunciaram que "Deus lhes dera os mandamentos" no alto da montanha  "sem ninguém por perto" receberam de Deus os dez mandamentos. Me permita perguntar: Quando eles se juntaram para tramar essa besteira, porque escolheram dez? Porque não nove, ou onze. Eu respondo: é que "dez" soa oficial. Dez demonstra mais importância. Eles sabiam que se fossem onze ninguém levaria a sério a lista. "Tá de sacanagem?! Onze mandamentos? Vá se danar para lá com essa lorota!" Mas dez. Dez se mostra importante, dez é a base do sistema decimal, é uma década, é um número psicologicamente agradável. O "top 10", "os 10 mais procurados, "os 10 mais bem vestidos". Assim, a opção por dez mandamentos foi, com certeza, uma jogada de marketing. Isso mesmo. Para mim, é só uma lista idiota, um documento político artificialmente expandido para vender melhor.

Vou lhes mostrar como reduzir o número de mandamentos e fornecer-lhes uma lista mais prática e lógica. Vou começar pelos três primeiros, da versão católica, que eu aprendi quando era um indefeso menino  "Sou o senhor teu Deus e não terás outro além de mim", "Não invocar o seu Santo nome em vão" e "Guardar os sábados e dias Santos". De início, os três primeiros é pura "abobrinha". Sábado, dia de sábado, nome do Senhor, Deuses estranhos, linguagem assustadora, LINGUAGEM ASSUSTADORA! Criada para amedrontar e controlar pessoas primitivas. Jamais supertições tolas como estas se aplica a seres inteligentes e civilizados do século XXI. Elimine os três primeiros *Puf*, restam sete. Seguinte: "Honras teu pai e tua mãe" OBEDIÊNCIA!? Respeito pela autoridade!? É apenas outro nome de controle das pessoas. A verdade é: Obediência e respeito não podem ser impostos, devem ser merecidos conforme o "Comportamento dos pais" Tudo bem. Uns merecem, outros não e ponto final. Caíram para seis. Agora, no interesse da lógica, algo que incomoda muito a religião. Vamos dar um salto na lista, "Não roubarás", "Não darás falso testemunho". Roubar e mentir, na realidade, ambos proibem o mesmo tipo de comportamento, desonestidade, roubar e mentir. Então, não precisa de dois. Em vez disso, combinamos os dois e diremos: "Não seja desonesto" *Puf*, Despencou. Restaram cinco. E já que estamos combinado, tem outros dois que se emparelham "Não cometerás adultério" e "Não cobiçarás a mulher de seu vizinho". Mais uma vez dois que proibem o mesmo tipo de comportamento. Neste caso, infidelidade conjugal. A diferença é que a cobiça está na mente e não acho que deve-se castigar quem tem fantasias com a mulher do próximo. Afinal, em quem o sujeito vai pensar, quando estiver descascando a banana? Mas, a fidelidade conjugal é uma boa idéia, então, vamos manter a idéia e dizer "Não serás infiel". De repente *Puf*, caíram para quatro. Mas, analisando melhor, percebe-se que honestidade e fidelidade contemplam os mesmos valores. Então, podemos combinar os dois mandamentos de honestidade com os dois mandamentos de fidelidade e dar-lhes uma linguagem mais simples e positiva, em vez de negativa. Então, para arrematar diremos "Serás sempre honesto e fiel". Restam três: "Não cobiçarás as coisas alheias". Pura estupidez, cobiçar coisas alheias é o que move a economia, certo? Veja bem: Seu vizinho adquire um veículo de última geração e você também quer um! Livramo-nos da cobiça e agora só restam dois, o grande mandamento da honestidade e fidelidade e aquele do qual ainda não falamos, "Não matarás". Mas a religião nunca teve problemas com assassinatos, certo? Mais pessoas foram mortas em nome de Deus do que por qualquer outra razão.

Tudo que você precisa é lembrar dos acontecimentos da Irlanda do Norte, as Cruzadas, World Trade Center etc. Vendo isso, você perceberá o quanto os religiosos levam a sério o "Não matarás". Quanto mais cegado pela fé, mais eles veêm o assassinato como sendo negociável ou aceitável, até mesmo necessário em alguns casos. Depende de quem está matando e de quem está morrendo. A não ser é claro que seu alvo seja alguém que não acredita em seu Deus, menospreza seu povo e os ideais de seu Deus, quem sabe, matar essas pessoas não seria assim tão ruim para o mundo. Então, pensando em tudo isso, deixo minha lista revistada com os "Dois Mandamentos":

  -"Serás sempre honesto e fiel" [Com quem tem o que gostas esperando no colchão]

-

-"Se esforçará ao máximo para não tirar vidas" [A não ser, é claro, que ele reze para um homem invisível diferente do seu]

Bastariam dois. Moisés podia tê-los trazido montanha a baixo na droga do bolso do colete. Se fosse assim, não me importaria que o pessoal o colassem na parede do tribunal, desde que eles incluissem um mandamento adicional "Guardarás a religião para ti mesmo".

Finalizando: Imagine o mundo sem ataques suicidas, sem o 11/9, sem o 7/7 londrino, sem as Cruzadas, sem caça às bruxas, sem a Conspiração da Pólvora, sem a partição da índia, sem as guerras entre israelenses e palestinos, sem massacres sérvios/croatas/muçulmanos, sem a perseguição de judeus como "assassinos de Cristo", sem os "problemas" da Irlanda do Norte, sem "assassinatos em nome da honra", sem evangélicos televisivos de terno brilhante e cabelo bufante tirando dinheiro dos ingênuos. Imagine o mundo sem o Talibã para explodir estátuas antigas, sem decapitações públicas de blasfemos, sem o açoite da pele feminina pelo crime de ter se mostrado em um centímetro. ESSE SERIA UM MUNDO SEM RELIGIÃO MEU CARO, PARECE RUIM PRA TI?

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